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Empresa de alimentos investe R$ 30 milhões e começa a exportar carga do porto de Santana

Investidores justificam investimento por enxergarem no Amapá um corredor logístico mais viável de exportação para a Europa.

Por Leidiane Lamarão
07/02/2018 15h57

A Caramuru Alimentos já se encontra instalada no porto amapaense para a logística de armazenamento e embarque de grãos.

Com sede em Itubiara (GO), a empresa Caramuru Alimentos, que já tem 55 anos de mercado brasileiro, enxergou no Amapá um corredor logístico mais viável de exportações para a Europa. Por esse motivo, resolveu investir R$ 30 milhões para se instalar no porto de Santana, por onde já começou a fazer desembarques de exportação.

O primeiro aconteceu no último sábado, 3, quando foram descarregadas 16 mil toneladas de farelo de milho vindos da cidade de Sorriso (MT). A carga chegou por via terrestre até o porto de Itaituba (PA) e de lá, veio em barcaças por meio de balsas até o porto de Santana (AP), de onde foi embarcada para a Noruega. A empresa justificou o investimento dizendo que, por via fluvial, economiza três dias em relação ao porto de Santos (SP). São 1.500 km a menos de estrada, segundo contabilizou.

Rota de grãos

O diretor de Atração de Investimentos da Agência de Desenvolvimento Econômico do Amapá (Agência Amapá), José Molinos, afirmou que o porto de Santana chama a atenção de investidores por sua localização estratégica, próximo dos principais centros consumidores da América Central, América no Norte e Europa.

A Caramuru Alimentos é a segunda empresa que investe em logística para armazenamento e embarque de alimentos no porto de Santana. A outra foi a Companhia Norte de Navegação e Portos (Cianport), criada por investidores mato-grossenses, exclusivamente para o transporte e logística de grãos no Estado.

“O Amapá está sendo a alternativa mais econômica e viável para o transbordo de cargas em relação a outros portos do País. Os investidores já estão de olho na nossa posição geográfica estratégica. Assim que outros produtores descobrirem que aqui existe essa logística mais econômica para a exportação, o nosso Estado irá despontar como exportador de grãos”, avaliou Molinos.

O trânsito fluvial no lugar das rodovias diminui o custo para os empresários que economizam no frete, além de reduzir a poluição ao meio ambiente. O transporte hidroviário emite seis vezes menos gás carbônico que o rodoviário e consome 19 vezes menos combustível por mercadoria carregada.

Incentivos fiscais

Além da posição geográfica, os investidores têm sido atraídos pela política econômica estabelecida pelo Governo do Amapá. São incentivos fiscais como a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), concedidos às empresas que se instalam na Zona Franca Verde (ZFV) de Macapá e Santana.

Para estimular a instalação de empresas no Estado, o governo enviou um projeto de lei que já foi aprovado na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) criando outros incentivos fiscais, como a redução de impostos na aquisição de maquinário.

Contudo, algumas adequações foram feitas em conjunto com deputados e representantes da iniciativa privada, para debater e formatar a proposta que foi aprovada. Agora, ela se encontra em análise na Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

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