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Laranjal do Jari recebe projeto Namoro sem Violência

Cerca de 600 alunos participaram das dinâmicas que envolvem orientações de como identificar um relacionamento abusivo.

Por Redação
24/03/2018 15h17

Rafael Lima considera importante o projeto do governo para que os jovens que sofrem com relacionamentos abusivos fiquem atentos

O projeto Namoro Sem Violência, do Governo do Estado, iniciou suas atividades no município de Laranjal do Jari nesta sexta-feira, 23, na Escola Estadual Mineko Hayashida. Desenvolvido pela Secretaria Extraordinária de Políticas para as Mulheres (SEPM), o projeto tem como objetivo sensibilizar e mobilizar os jovens a discutirem sobre relacionamentos abusivos e propor práticas preventivas e de intervenção.

A metodologia envolve palestras educativas nas escolas, dinâmicas em grupo para que os jovens possam expor seus pontos de vista, vídeos de conscientização e sensibilização, questionários de pesquisas, concurso de redação, roda de conversa e a criação de um manifesto em vídeo com todos os jovens participantes, fazendo chamadas de combate à violência no namoro.

O projeto tem embasamento teórico no estudo do livro “Namoro Sem Violência”, de Sheila Giardini Murta. A demanda foi detectada após as profissionais do Centro de Atendimento à Mulher e à Família (Camuf), vinculado à SEPM, detectarem por meio de questionário de pesquisa e intervenção em algumas escolas da rede estadual, que a violência está presente em algumas relações de namoro.

As ações nas escolas da rede estadual estão sendo realizadas em parceria com as secretarias de Estado da Educação (Seed) e da Juventude (Sejuv). As primeiras instituições contempladas foram as escolas Maria do Carmo Viana dos Anjos, Jacinta Carvalho e Lucimar Amoras Del Castillo e mais 23 escolas.

A jovem Alessandra Silva, 15 anos, após assistir a palestra, disse que já havia sido agredida e não sabia. "Uma vez, meu namorado me proibiu de sair de casa para passear por causa do vestido que eu estava. Ele implicou e eu tive que trocar de roupa. Com a palestra que fui saber que ele já estava sendo violento", relatou.

Rafael Lima, 21 anos, é outro que já sofreu agressão física durante um namoro violento. Ele contou que o projeto do governo é importante para que os jovens, que passam por esses problemas, possam abrir os olhos para a realidade.

"Quando os jovens recebem essas informações, de que monitorar o outro pela rede social, ou cobrar uma prova de amor com sexo, é uma violência, eles podem se proteger não provocar violência”, avaliou Rafael Lima.

A psicóloga Carolina Sozinho, do Camuf, atesta que um grande número de jovens é afetado pela violência que inicia no namoro. “Precisamos parar esse problema enquanto há tempo, para que esse casal não se torne violento no futuro”, alertou.

Namoro Sem Violência

O projeto surgiu da necessidade de um novo olhar e uma nova perspectiva sobre as relações socioafetivas entre adolescentes e, dar voz aos jovens que estão inseridos no contexto de violência, muitas vezes de forma imperceptível.

De acordo com estudos das técnicas do Camuf, na adolescência é preocupante o silêncio em torno dessas relações nocivas, nas quais a violência é utilizada como um meio de dominar e controlar a outra pessoa. “Divulgar fotos íntimas pela internet, monitorar o outro através de suas redes sociais, humilhar, ameaçar, espancar, isolar, empurrar, fazer sexo à força e destruir os pertences do parceiro, são alguns exemplos de violência no namoro”, informou Patrícia Palheta, coordenadora do Camuf.

A intenção do governo é mostrar que jovens de diferentes classes sociais vivem isso, frequentemente, seja por experiência própria ou indiretamente, ao testemunhar ou ouvir falar sobre a violência nas relações íntimas entre amigos, conhecidos ou familiares. A depressão, a baixa autoestima, a insegurança em novos relacionamentos, o abuso de álcool e a dificuldade em concentrar-se em tarefas acadêmicas, são algumas das consequências comuns da violência no namoro.


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