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Amapá realiza I Fórum da Juventude em Combate e Prevenção ao Suicídio

Evento organizado pela Sejuv abordou o tema “A gente tem muito que conquistar. Não dá pra parar no caminho” e reuniu centenas de jovens no auditório da Ueap.

Por Redação
28/11/2018 21h40

Evento reuniu representantes de vários segmentos sociais, do governo do Estado e estudantes, no auditório da Ueap

O I Fórum da Juventude em Combate e Prevenção ao Suicídio reuniu centenas de pessoas, entre estudantes, acadêmicos, profissionais e autoridades, nesta quarta-feira,28, no auditório da Universidade do Estado do Amapá (Ueap).

O evento organizado pela Secretaria Extraordinária de Políticas para a Juventude (Sejuv) abordou o tema “A gente tem muito que conquistar. Não dá pra parar no caminho”, promovendo e sensibilizando, através do diálogo entre os jovens, a prevenção ao suicídio.

O encontro promoveu palestras com profissionais de saúde mental e rodas de debate. Ival Junior, popularmente conhecido como Mc. JottaErre, emocionou o público ao cantar “suicídio”, canção de autoria própria que evidencia a importância de cuidar e não banalizar quem sofre com transtornos mentais.

“A canção foi inspirada em uma amiga que sofria de depressão e compartilhava sua dor comigo, infelizmente, ela concretizou o ato suicida. Desde então, através das minhas canções, tenho tentado ajudar a salvar outras vidas”, relata o rapper de 19 anos que estuda licenciatura em filosofia na Ueap.

Tiago Gabriel Nascimento, 17 anos, aluno da Escola Estadual Ester Virgulino, também participou do fórum e dividiu com o público o projeto de valorização da vida que vem sendo desenvolvido pela escola. A iniciativa foi dos próprios estudantes desde que uma aluna da escola resolveu tirar a própria vida de maneira trágica. “Todas as pessoas que sofrem de depressão e tentam ou cometem suicídio não querem morrer; na verdade, querem aliviar a dor emocional. E com esse olhar, queremos ajudar outros colegas que estão com ‘feridas na alma’ e não perder mais ninguém dessa forma”, afirma o estudante.

As palestras mostraram estatísticas e abordaram prevenção e combate ao suicídio, bem como seus sinais e sintomas na sociedade. Segundo o palestrante Jefferson Melo, especialista em saúde e psicólogo do Hospital de Emergência de Macapá, essa é uma questão de saúde pública e a solução não é desprezar ou banalizar e sim trazer os jovens à reflexão.

“Para que se previna suicídio a partir dos condicionantes sociais é preciso abrir o debate, escutar sem fazer julgamentos para que os jovens tenham segurança para externar os seus desejos e angústias, para buscar ajuda. Temos que cuidar sem moralizar, pois isso cria uma barreira e impede que a pessoa expresse, de fato, o que está sentindo, a ponto de passar ao último estágio que é atentar contra a própria vida”, explica o especialista.

O secretário Extraordinário de Políticas para a Juventude, Pedro Filé, destacou que situações como bullying, problemas amorosos e familiares estão entre as principais motivações para caso de suicídios entre os jovens. “Esse fórum marca o início de um trabalho que será desenvolvido bem de perto e a longo prazo com a juventude. A ideia é percorrer as escolas, levando os profissionais, estabelecendo um debate mais amplo no ambiente escolar sobre esse tema”, frisou o secretário.

Participaram do evento representantes da Secretária de Estado da Saúde (Sesa), Secretaria de Estado da Educação (Seed), deputada estadual e primeira dama do Estado, Marilia Góes, representantes do Centro de Valorização da Vida (CVV), Federação Espírita do Amapá (FEAP), Instituto Voe e Sorriso de Papel.

Estatísticas

Dados da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) apontam que, entre os anos de 2015 a 2017, foram registrados 154 casos de suicídio no Amapá. Em relação às tentativas de suicídio, os dados revelam aumento de 308%, o que levou a SVS a emitir um alerta sobre o problema, no fim do ano passado.

Assistência

O Estado possui uma estrutura de atendimento à saúde mental: a Rede de Atenção Psicossocial (Raps), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), e o trabalho de assistência e acolhimento para os casos que são identificados nas unidades hospitalares. Eles são direcionados para os Centros Psicossociais (Caps) que também recebem os casos de apoio à população que procura o serviço. O acolhimento é feito à vítima e também aos familiares.

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