'Foi uma história linda de parceria e solidariedade', diz maior doadora do Banco de Leite Humano do Amapá
Desde setembro de 2021, Jozimara doou 490 litros de leite. Ela encerrou o período de doações com o fim da amamentação de seu filho, Dominic.
Em uma única doação enviada ao BLH, a jovem entregou 51 frascos cheios de leite
A técnica em enfermagem Jozimara Lima é considerada a maior doadora do Banco de Leite Humano do Estado (BLH), sendo a responsável pela doação de cerca de 490 litros de leite desde setembro de 2021, quando nasceu seu filho, Dominic. O ato de solidariedade ajudou muitos bebês internados na Unidade Neonatal do Hospital da Mulher Mãe Luzia, especialmente no período da pandemia de covid-19.
Na terça-feira, 30, Jozimara voltou ao BLH para encerrar a sua história com a amamentação. Dominic, hoje com 1 ano e 8 meses, deixou de mamar e, aos poucos, a produção foi se encerrando.
“Eu produzia muito leite e meu bebê não mamava, então fui ao Banco de Leite pedir ajuda. Eles me socorreram fazendo com que Dominic conseguisse fazer a pega correta da mama e, com isso, me falaram que eu poderia doar, porque muitas crianças precisam. Elas me ensinaram como tirar e assim começou essa parceria", contou a voluntária.
A produção era tanta, que Jozimara bateu recorde: em uma única doação enviada ao BLH, chegou a entregar 51 frascos cheios. Para ela, a sensação é de felicidade por ter ajudado.
"É uma sensação de dever cumprido, ajudar mães que não conseguem produzir o alimento do seu bebê no momento em que mais precisam, cada gotinha ajuda um bebê a crescer cheio de vida, isso nos deixa com o coração cheio de gratidão", conta.
Com o leite doado, muitas vidas foram salvas, como conta a coordenadora do BLH, Darcineyde Dias.
“Durante a pandemia, tivemos situações tão críticas, com bebês adoecendo, mães com medo de doar, mães do interior que não conseguiam vir até aqui, foram diversos casos e tudo isso fez nosso estoque baixar. A Jozimara acabou sendo nossa única doadora; tivemos semanas que ela sozinha chegou a doar 20 litros, mais do que conseguimos com Macapá e Santana juntas", conta a coordenadora.
Com o fim do ciclo, Jozimara se dedica a incentivar outras mulheres a procurarem o BLH para doar leite e ajudar famílias que precisam.
"Foi uma história linda de parceria e solidariedade com o próximo. Recebi ajuda dos profissionais do BLH, que nunca mediram esforços para nos ajudar. Assim como foi comigo no início, vamos continuar incentivando mulheres a continuar essa missão que é tão importante para realizar sonhos de muitas famílias", finaliza.
Hoje, são 28 bebês internados na Unidade Neonatal da Maternidade Mãe Luzia e que precisam diariamente de doações para se alimentar.
Como se tornar uma doadora
Para ser doadora de leite humano ou receber orientações sobre amamentação, as mães devem procurar o BLH, que funciona 24 horas, na esquina da Av. FAB com a Rua Jovino Dinoá, no Centro de Macapá. O BLH possui outros pontos de coleta, como o Hospital Estadual de Santana e a Maternidade Bem Nascer, na zona norte da capital.
Os profissionais do Banco de Leite também podem buscar a doação na casa das doadores. Para isso, a mulher deve manifestar o interesse por meio do número (96) 98115-9018, que também é whatsApp. Uma equipe irá até a residência para deixar um kit e orientações para, posteriormente, retornar para buscar o leite, após a coleta. É importante que as mulheres que desejam fazer doações estejam saudáveis e com boa produção do alimento.
Proteção ao aleitamento materno
O leite materno é um alimento completo para o bebê e a recomendação é que seja ofertado de forma exclusiva à criança até os 6 meses de idade e, posteriormente, até um ano completo da criança já com a introdução de outros alimentos, mas ainda sendo a principal fonte de nutrição. A recomendação é manter o aleitamento até pelo menos os dois anos da criança.
O leite é rico em nutrientes, anticorpos, gordura, vitaminas, água e tudo o que é necessário para proteger o bebê, por isso é tão importante doar àqueles que ainda não têm acesso ao alimento, como os bebês prematuros, que muitas vezes não conseguem fazer a sucção no seio da mãe ou a mãe ainda não iniciou sua própria produção.
Durante o mês de maio, muitas atividades são desenvolvidas voltadas à proteção da amamentação, isso porque a data 21 de maio foi instituída como Dia Mundial de Proteção ao Aleitamento Materno pela Assembleia Mundial de Saúde, após recomendação do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno e orientação a estados e países.
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