Pesquisadoras estrangeiras do Chile falam da importância do estudo de alimentos nativos em evento da Ueap
Palestrantes da Universidad San Sebastián apresentaram ao público o projeto realizado com a instituição amapaense sobre agroalimentos ancestrais.

A Universidade do Estado do Amapá (Ueap) realizou nesta terça-feira, 13, no Auditório Central da instituição, o evento "Agroalimentos ancestrais: saberes e sabores da América do Sul" que contou com a participação de duas pesquisadoras da Universidad San Sebastián, do Chile.
As palestrantes Dra. Marcela Low Mansilla e Profª Dra. Luisa Quesada falaram sobre o projeto que realizam com pesquisadores da Ueap, sobre o estudo de propriedades de alimentos nativos das duas regiões, e a contribuição para o combate ao envelhecimento. Para elas, esse momento foi fundamental para fortalecer os laços entres as universidades e seus pesquisadores, em prol de um bem maior.

“Esse momento é muito importante para se divulgar os usos biomédicos desses alimentos, mas também para poder entregar este conhecimento aos estudantes, tanto de graduação, mestrado e doutorado, para poder obviamente fortalecer esta rede internacional que contribui com estre projeto”, explicou a pesquisadora colombiana, radicada no Chile, Luisa Quesada.
Um dos alimentos que são objeto de estudo da pesquisa é a maçã Limona Valdiviana, da região de Los Ríos. A fruta contribui, além do retardamento do envelhecimento, ao combate de doenças crônicas. A ideia dos pesquisadores é que alguns alimentos amazônicos sejam analisados também, como o açaí.
Para a extração dos princípios ativos desses alimentos, o grupo utiliza solventes eutécticos profundos naturais (NaDES), uma técnica oferecendo vantagens como baixa toxicidade, biodegradabilidade, sustentabilidade e preparação simples.
Diálogo com startups
Essas questões despertaram o interesse de muitos estudantes e professores presentes no auditório da Ueap, além de empreendedores que lideram startups do ramo alimentício. Como a Sumano Ingredientes, do professor do curso de Engenharia Química, João Pessoa, que acredita que contribuições de pesquisadores de outros países podem ampliar as perspectivas de negócios como o dele.
"A oportunidade de dialogar com pesquisadores de alto nível do segmento de ciência do alimento é uma forma de mostrar os produtos e perceber o valor que eles têm diante de uma plateia de pesquisadores como essa”, disse o professor e empreendedor, que juntamente com outros representantes de startups participaram de uma mesa redonda com as pesquisadoras.

Internacionalização da Ueap
O projeto e o evento são mais uma das ações da universidade visando seu processo de Internacionalização. A coordenadora do programa de Internacionalização da Ueap, professora Danielle Hoshino, acredita que a iniciativa ajuda a ampliar o nome da universidade não só no Brasil, mas também no mundo.
"A Universidade San Sebastian, instituição das duas palestrantes, é uma universidade que já estabelecemos acordos de cooperação no ano passado. Então essa vinda das pesquisadoras para cá faz com que haja uma aproximação dos alunos com as pesquisas que elas realizam e despertam o interesse de nossos alunos em realizar intercâmbio na Universidade", declarou a coordenadora.

Esse processo é interessante para muitos estudantes, como Renata Lamarão, que é recém-formada no curso de Engenharia Química na Ueap e já está iniciando sua pós-graduação. Durante sua trajetória acadêmica, a estudante participou do programa de intercâmbio da universidade. Para ela, eventos com instituições estrangeiras incentivam que mais estudantes possam se interessar em também participar desses projetos.
"A importância desse evento não é somente a parte de entender a questão química, do processo de composto dos alimentos, mas também de ter conexão com universidades de fora e startups, eu fiz o intercambio em Portugal, na Universidade de Coimbra, então posso dizer que essa conexão com outras universidades e com empresas é muito importante", relatou Renata.

No Brasil, o projeto é coordenado pelo professor Dr. Gabriel Araújo, do colegiado de Licenciatura em Química da Ueap e também conta com a participação do pesquisador Dr. Saulo da Silva. O plano do grupo é que, no futuro, seja publicado um artigo científico resultante dessas colaborações.
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